Tratado a Panetone
- Zaga Mattos
- 27 de out.
- 2 min de leitura

Crônica de fim de ano — Zaga Mattos
Eu só estava bombeando os corredores dos supermercados, correndo os olhos para ver se eles chegavam no estilo da invasão dos hunos. Finalmente, chegaram!
Mas, se aqueles eram ávidos por ouro, o sucesso desses novos invasores está na avidez gulosa dos “invadidos”, que se preparam para os excessos alimentares das festas de fim de ano.
Enfim, o panetone chegou... Enquanto os hunos avançavam pelas estepes com suas cavalarias, os novos invasores preferem as gôndolas. Não aquelas que navegam pelos canais de Veneza, mas suas homônimas que ocupam os supermercados.
Mas não fica por aí a similitude das invasões. Se os hunos deram trabalho aos pesquisadores que polemizam sobre quais grupos étnicos descendem dos guerreiros das estepes, a discussão agora circunda fornos e panelas. São os chefs de cuisine debatendo, entre uma pitada e outra de açúcar, a descaracterização do panetone.
Falam por aí que a receita original pertencia ao italiano Toni, padeiro conhecido em Milão pelo seu saboroso pão.“Quando torni a casa, non dimenticare di portare il pane di Toni.”Pegou como chiclete no cabelo; orgulhosa, toda mamma dizia à saída da igreja:“Mio marito non ha dimenticato il pane Toni.”
Pois então, a razão de todo esse bolodório (não, não tem nada a ver com bolo!) é para dizer qual é a minha época de comer panetone. Prefiro o período pós-festas de fim de ano.
Embora tenha por ele o maior apreço, postergo o prazer em face do preço.Nessa onda de sazonalidade, só cedo nas festas juninas.Se deixar os estouros para após as homenagens a São João e São Pedro, vão pensar que sou o novo milionário da Mega-Sena.
E você, é do time que compra o panetone logo na primeira gôndola, ou adota a tática do autor e espera a liquidação pós-festas? Conte a sua estratégia nos comentários!








Show Zaga
muito bom!